Todas as células de nosso corpo são compostas por diversas estruturas bem pequenas, chamadas DNA. No DNA encontramos os genes que são responsáveis por armazenar informações genéticas exclusivas e individuais, como a cor dos olhos, cor dos cabelos, estatura, peso e até mesmo designar o desenvolvimento de patologias como a diabetes e o câncer.
É sabido que cada gene é formado por uma sequência específica de ácidos nucleicos. Através de vastos estudos, foram criados testes genéticos para verificar alterações – hereditárias ou não – nessas sequências, e com isso tornou-se possível a criação de exames com potencial para diagnosticar diferentes tipos de doenças genéticas. É possível até mesmo prever os riscos do desenvolvimento de problemas hereditários, mesmo que a pessoa não apresente sintomas.
O teste genético tem como finalidade avaliar, em escala molecular, alterações específicas na sequência dos genes. Estas alterações podem ser nocivas, não ter efeito algum no organismo ou até mesmo serem benéficas. É de suma importância reconhecer quais são as alterações nocivas, pois elas tendem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de patologias mais sérias, como o câncer.
O câncer pode se desenvolver pelo resultado de alterações genéticas hereditárias (em torno de 10% dos casos) e não hereditárias. Estilo de vida, alimentação, fumo, álcool, exposição a compostos químicos e infecções virais podem alterar os genes, promover mudanças em sua sequência, e desencadear o desenvolvimento tumoral.
Quando o paciente é diagnosticado com câncer, o médico solicita vários exames, dentre eles o teste genético. Os testes são feitos com uma pequena amostra de tecido ou de líquido, como sangue e saliva. A amostra é enviada para um laboratório especializado para examinar e laudar o teste. Nem sempre o paciente terá alteração no teste genético, mas sendo positivo para algum gene modificado, o médico poderá direcionar o melhor tratamento para o paciente.
E falando um pouco sobre o Câncer de Tireoide, o teste genético está atrelado ao tipo de câncer que o paciente apresenta.
Existem 4 tipos de câncer de tireoide:
Medular:
Possui um forte componente genético – ocorre em 5% dos casos de câncer na tireoide, sendo que dentre estes pacientes acometidos, 30% dos casos são hereditários.
Papilífero:
É o tipo mais recorrente. De lento crescimento e, detectado de forma precoce, as taxas de cura são altas.
Folicular:
Quando o tumor é pequeno e restrito à tireoide possui altas taxa de cura.
Anaplásicos:
São mais agressivos e sua ocorrência é rara.
Em razão da alta influência genética nos casos de câncer de tiroide do tipo medular, é recomendado que os familiares de primeiro grau do paciente façam também testes genéticos para rastreio de uma possível alteração genética também.
Diante do diagnóstico de Câncer de Tireoide com alteração genética, o médico pode direcionar da melhor maneira o tratamento do paciente para obter um resultado mais efetivo da terapia. Hoje em dia, moléculas como selpercatinibe, sorafenibe e lenvatinibe são utilizadas para o tratamento de alterações especificas nos genes. São chamadas de terapias alvo pois conseguem agir de forma mais precisa e possuem efeitos colaterais menos graves quando comparados ao uso de quimioterapia sistêmica, por exemplo.
O importante é sempre ter os exames de rotina em dia pois, um diagnóstico precoce ajuda muito as chances de melhores resultados no paciente oncológico.
Referências Bibliográficas:
1.Eli Lilly