Oncologia

1. Qual a função da oncologia clínica?

A oncologia é um ramo da ciência médica que lida com os cânceres. A oncologia clínica tem sua atuação voltada para o desenvolvimento do câncer no organismo e para o tratamento mais adequado para cada tipo de neoplasia. O oncologista clínico é o profissional que atua nessa área, é um médico especializado no tratamento do câncer, se ocupando da abordagem geral do tratamento, do cuidado com o paciente e principalmente da prescrição de tratamentos sistêmicos como quimioterapia, hormonioterapia, terapia biológica e imunoterapia.

2. Quando procurar o oncologista?

A maioria dos pacientes procura o oncologista quando já tem um diagnóstico confirmado por biópsia. Habitualmente os pacientes são encaminhados por médicos de outras especialidades que realizaram o diagnóstico da neoplasia. Existem os pacientes que procuram o oncologista para realização de exames de rastreamento (preventivos) ou orientação.

3. Qual o objetivo do tratamento oncológico?

O objetivo do tratamento oncológico será determinado após a realização do diagnóstico de câncer, da sua extensão e das condições do paciente. O tratamento a ser realizado deve ser definido individualizadamente, conforme as necessidades de cada paciente e com o tipo de neoplasia que ele apresenta.

a) Tratamento curativo: tem como objetivo final a cura total do paciente. Que pode ser entendido como a eliminação da doença por completo, sem qualquer evidência da doença no organismo. O tipo de tratamento a ser instituído dependerá do diagnóstico do paciente, das condições da doença e do paciente, para que o tratamento seja determinado individualizadamente.

b) Tratamento paliativo: é o tratamento que visa o controle da neoplasia, em um paciente cuja doença não apresenta possibilidade de cura. O tratamento visa a redução do volume de doença ou sua estabilização, procurando assim um melhor manejo dos sintomas relacionados à doença, a melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida

c) Cuidados paliativos: são os cuidados integrais prestados ao paciente com doença grave, progressiva que ameaça a sua vida. Nos pacientes com câncer isso significa um cenário em que não dispomos de tratamentos capazes de modificar a evolução da sua doença. O objetivo é oferecer cuidados completos ao paciente e suas famílias, atuando no controle dos sintomas físicos, psicológicos, sociais e espirituais. Esse trabalho deve ser realizado por equipe multidisciplinar

A. Câncer de tireoide

Em tumores de tireoide, em geral, dos tipos papilífero e folicular, pode se utilizar a iodoterapia como complemento após uma cirurgia ou para controlar a doença. Esta modalidade de tratamento envolve o uso de iodo radioativo, que tem o objetivo de eliminar células do tumor caso presentes. Para tal é necessário um preparo com dieta pobre em iodo e manter os níveis de hormônio tireoestimulante (TSH), um hormônio produzido na hipófise, em níveis elevados; seja através da suspensão de medicações com hormônio tireoidiano (levotiroxina) ou uso de outras medicações. Após o preparo o iodo radioativo é administrado. A depender da dose a ser usada pode ser necessária a internação. Na sequência, em geral, é realizada uma pesquisa de corpo inteiro com iodo, um exame de imagem, para avaliar se há suspeita de algum foco de doença.

Para o controle do câncer da tireoide diferenciado muitas vezes é necessário manter os níveis de hormônio tireoestimulante (TSH) baixos, para evitar estímulo para o crescimento do tumor.

Na presença da doença metastática da tireoide pode haver indicação de tratamento com terapia alvo. Esta estratégia de tratamento visa bloquear proteínas anormais, decorrentes de mutações das células tumorais. Estes tratamentos via oral tem uma ação mais direta no tumor, embora possam causar efeitos colaterais diversos, a depender da medicação a ser utilizada, como cansaço e elevação da pressão.

B. Carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço

A determinação do tratamento destes tumores depende se o tumor está localizado ou avançado.

Em tumores localizados e localmente avançados o tratamento consiste em cirurgia, seguida ou não de radioterapia que pode ser combinada em alguns casos a quimioterapia. A radioterapia isoladamente ou combinada a quimioterapia pode ser empregada como alternativa em alguns casos. A radioterapia também pode ser combinada em determinados cenários a terapia-alvo, com inibidores de uma via chamada EGFR (epidermal growth factor receptor).

O efeito colateral mais comum destes inibidores de EGFR são alterações de pele como surgimento de acne.

Para tumores metastáticos pode-se utilizar a quimioterapia com ou sem inibidor de EGFR ou imunoterapia ou imunoterapia isolada. A imunoterapia consiste em um anticorpo dado por via endovenosa, que bloqueia uma proteína que impede o sistema imune de atacar o tumor. Ou seja, quando é feito esse tipo de tratamento, aumenta-se a chance do sistema imune agir contra o tumor. Os pacientes que apresentam efeitos colaterais têm eventos ‘auto-imunes’.

A determinação do uso de um determinado tratamento depende de uma avaliação médica, considerando-se todos os fatores da doença e do paciente. Discutir suas dúvidas com seu médico é fundamental.

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