Câncer de Pulmão

O câncer de pulmão é uma doença em que células dos pulmões começam a crescer de forma descontrolada, após sofrerem várias mutações seguidas, sejam elas espontâneas ou secundárias a danos aos pulmões como por exemplo o dano causado pelo tabagismo. Conforme o câncer vai crescendo, ele adquire a capacidade de se espalhar para outros órgãos, ou seja, de gerar metástases. Esse tipo de câncer é uma das principais causas de morte por câncer no Brasil e no mundo.

Exames de Rastreamento

Os exames de rastreamento para câncer de pulmão são usados para identificar a doença em pessoas que podem estar em risco, mas que ainda não apresentam sintomas. O objetivo é detectar o câncer em estágios iniciais, quando é mais tratável. É recomendado para pessoas entre 50 e 80 anos que têm ou tiveram um histórico de tabagismo intenso. É realizado através de tomografia computadorizada (TC) de baixa dose anual.

Testes moleculares

Atualmente os testes moleculares, principalmente nos canceres de pulmão do tipo adenocarcinoma, são muito importantes para definição de tratamento. São testes que analisam o DNA, RNA e proteinas das células cancerígenas. Eles ajudam a identificar alterações específicas que podem influenciar a forma como o câncer cresce e responde ao tratamento. Alguns dos testes moleculares comumente solicitados em câncer de pulmão são: pesquisa de EGFR, ALK, ROS1, MET, RET, PD-L1, HER2, KRAS, BRAF e NTRK.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas mais frequentes incluem tosse persistente, dor no peito, falta de ar e perda de peso inexplicada, devendo a pessoa nesse caso procurar um médico, preferencialmente um pneumologista.

O diagnóstico do câncer de pulmão normalmente ocorre através de tomografia de tórax, e se confirma através de biópsia (anatomopatológico e imunohistoquímica). Uma vez confirmado o diagnóstico, faz-se o estadiamento, ou seja, se determina exatamente em qual (is) órgãos o câncer está: tomografia ou ressonância de crânio, e tomografia de abdome e pelve ou PET-CT.

Tratamento

O tratamento do câncer de pulmão varia dependendo do tipo e estágio da doença, ou seja, se o câncer está só no pulmão e/ou nas ínguas do tórax (linfonodos mediastinais), ou se já está espalhado em outros órgãos. Os possíveis tratamentos incluem cirurgia, quimiorradioterapia e tratamento sistêmico com quimioterapia citotóxica, drogas alvo e imunoterapia. O tratamento é muitas vezes combinado para obter os melhores resultados e pode ser ajustado com base nos resultados dos testes moleculares.

Metástase Pulmonar por Câncer de Cabeça e Pescoço

Quando falamos em câncer de cabeça e pescoço, estamos nos referindo a tumores que podem ocorrer em áreas como boca, garganta, laringe (onde ficam as pregas vocais) e cavidades nasais.

O câncer de cabeça e pescoço, depois de aparecer num desses órgãos citados acima, se não tratados, começam a crescer em seu lugar de origem e passa a invadir estruturas próximas como artérias, veias e nervos. Depois, adquire a capacidade de se espalhar e atinge primeiramente o sistema linfático, comprometendo as ínguas (linfonodos) do pescoço (linfonodos regionais). Neste cenário, o câncer ainda é localizado e não metastático.

Em alguns casos, esse câncer pode se espalhar, através da corrente sanguínea, para outras partes do corpo, ou seja, gera metástases. Os principais órgãos de metástase de câncer de cabeça e pescoço são: pulmão, linfonodos, osso e fígado.

Os sintomas da metástase pulmonar podem variar, mas alguns sinais comuns incluem tosse persistente ou que piora com o tempo, dificuldade para respirar ou falta de ar, dor no peito e perda de peso inexplicada. Sintomas estes bem parecidos com os sintomas de câncer de pulmão.

O diagnóstico de metástase pulmonar é realizado através da tomografia de tórax, sendo, às vezes, necessário a realização de biópsia. Os testes moleculares podem ser usados para analisar as características das células cancerígenas e ajudar a personalizar o tratamento.

O tratamento da metástase pulmonar pode envolver a combinação de várias abordagens como quimioterapias citotóxicas, terapias-alvo e imunoterapia, a qual estimula o sistema imunológico do paciente para reconhecer e atacar as células cancerígenas.

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Colaboração:
Katia Regina Marchetti
Oncologista do Hospital SÍRIO-LIBANÊS e do Hospital de BASE do Distrito Federal e Voluntária da ACBG Brasil na Rede+Voz
drakatia.marchetti@gmail.com
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