Garantindo ambientes seguros aos pacientes de câncer durante a pandemia do Coronavírus

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Garantindo ambientes seguros aos pacientes de câncer durante a pandemia do Coronavírus

O surto global de coronavírus afetou quase dois milhões de pessoas até o momento. Isso colocou um fardo pesado para o sistema de saúde e sua capacidade de responder à demanda.

Um desequilíbrio entre demanda e capacidade de atendimento à saúde tem impactos negativos na economia, recursos financeiros, suprimentos médicos, força de trabalho e alocação de recursos, colocando um risco à sustentabilidade das sociedades.

 “Independentemente do Índice Global de Saúde, a capacidade de um país de controlar a pandemia de COVID-19 não depende apenas da capacidade da assistência médica existente, também exige vontade (comprometimento) político e compromisso social, além de soluções oportunas, eficientes e adaptadas às necessidades de cada país. ”. –  Felipe Roitberg, Oncologista Clínico, Instituto de Câncer do Estado de São Paulo, Brasil.

Paralelamente à atual pandemia, a OMS estima 18 milhões de novos casos de câncer, com 9,5 milhões de mortes em todo o mundo. Uma grande proporção está concentrada nos países de baixa e média renda (LMICs), onde a carga de câncer representa dois terços das mortes e, consequentemente, onde a pandemia de coronavírus aumenta a dificuldade da equação.

Em uma situação tão complexa, os formuladores de políticas, os pacientes e os profissionais de saúde buscam orientação para oferecer pacotes adequados de assistência ao câncer e minimizar os atrasos. Estes podem, se não forem abordados, resultar em maior perda de vidas.

“Como equilibramos as recomendações de distanciamento social necessárias como uma estratégia eficaz para reduzir o risco de contaminação por coronavírus, e manter o diagnóstico e tratamento no tempo adequado?” –  Felipe Roitberg, Oncologista Clínico, Instituto de Câncer do Estado de São Paulo, Brasil.

Para promover a colaboração por meio do intercâmbio de conhecimentos e da parceria com especialistas do LMIC, a União para o Controle Internacional do Câncer (UICC) forneceu recentemente uma discussão online que incluía líderes globais de saúde da Coréia, Hong Kong, Suécia e Suíça. Vídeo abaixo:

O conteúdo do seminário online expôs desafios e iniciativas bem-sucedidos, baseados na experiência com surtos anteriores, e como eles aprenderam a promover o cenário de cuidados desejados. Isso incluía áreas de triagem específicas e exclusivas para pacientes com câncer, limitando as visitas de pacientes internados e o número de pacientes ambulatoriais, melhorando a comunicação de mídia social com os pacientes e a sociedade.

Como esperado, essa colaboração positiva se espalhou pelo mundo, incluindo o Hospital Sírio Libanês, Brasil, onde o comitê de crise de coronavírus se beneficiou da troca de conhecimento. Como consequência, decidiu adotar e adaptar as estratégias discutidas no webinar, a fim de melhorar a segurança institucional dos pacientes e profissionais de saúde, garantindo e priorizando os tratamentos para os pacientes da seguinte forma:

  • Ensaio e caminho específicos para identificar e gerenciar pacientes ou pessoas suspeitas de infecção por coronavírus.
  • Abordagem rápida para resultados de testes moleculares (24h), avaliação e acompanhamento de profissionais de saúde e funcionários, o que aumenta a segurança e reforça o compromisso e a transparência, além de reduzir notícias falsas.
  • Informações eficientes e confiáveis ​​sobre o coronavírus para pacientes com câncer através das mídias sociais, reduzindo o estresse dos pacientes, reforçando a estratégia para redução de risco de contaminação e evitando notícias falsas.
  • Um protocolo dedicado para pacientes com câncer para avaliar aqueles que necessitam de avaliação e tratamento, reduzindo sua exposição ao ambiente hospitalar e, consequentemente, seu risco de infecção por coronavírus.
  • Discutiu internamente uma estrutura para priorizar quais pacientes devem retornar à clínica para consultas ou procedimentos de acompanhamento.
  • Uma estratégia de atendimento domiciliar para oferecer medicamentos de suporte e antineoplásicos orais e reduzir retornos desnecessários ao hospital.
  • Consultas em telemedicina para reduzir a exposição de pacientes e seus médicos, bem como atrasos no tratamento do câncer.
  • Por fim, estamos atualmente dialogando com instituições da UICC do Sudeste Asiático para fortalecer a colaboração por meio do intercâmbio de conhecimentos.

É importante ressaltar que o Hospital Sírio Libanês  não apenas diagnosticou e tratou os primeiros pacientes graves com coronavírus no Brasil, mas também é amplamente reconhecido por seus altos padrões e contribuição filantrópica para a sociedade brasileira, por ser referência em ensino e pesquisa, para o tratamento de câncer em todo o país. Portanto, espera-se que iniciativas bem-sucedidas para oferecer tratamento adequado ao câncer durante a pandemia se espalhem nacionalmente.

Como resposta ao surto de coronavírus e às necessidades de atendimento ao câncer, as principais iniciativas da UICC contribuem para a construção de pontes não apenas entre instituições parceiras, mas também difundem seus valores através dos programas de liderança da UICC, oferecendo a oportunidade de compartilhar informações confiáveis ​​e conhecimentos de capacitação, além de promover a colaboração quando e onde esses valores essenciais são mais importantes.

Sobre o autor:

Felipe Roitberg é Oncologista Clínico titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês e ICESP. Membro do Programa de Liderança da União Internacional de Combate ao Câncer (UICC) e voluntário da ACBG Brasil.

* Tradução do texto original da União Internacional de Combate ao Câncer (UICC), com autorização do autor.

 

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